sábado, 30 de junho de 2012


Repleta de solidão

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Olho pros lados e encontro solidão, tento discar, mas não há pra quem ligar. As cores ficam confusas, as sensações se intensificam e tudo que resta é compreender que está vazio, que todos os dias falta algo, que procurar uma salvação já não é a solução, não há a quem recorrer, não há o que sentir só espaços vazios.

Passei tanto tempo fugindo de desilusões e sofrimento sem dar conta que estava me afundando neles, que a cada chance que evitava me afundava mais. Olhar pro alto e pedir ajuda não resolve, chorar não alivia, não tem por que temer, não há nada aqui dentro, a não ser cantos que preferi deixar solitarios, sem ocupações pra não doer, e ainda sim dói. Queria estar só e não ser magoada, acabei repleta de assuntos mal resolvidos e magoas mal escritas. O tempo me ensinou que não pode ficar se guardando do mundo, sofrer ensina, que tenho medo, de abrir a porta e deixar o vento me levar.

Quem dera que pudesse apagar esse vazio, que houvesse alguém pra descansar a cabeça, um abraço forte ao final do dia, que fosse capaz de me entregar. Fugi da vida, fugi de quem queria  pegar esse espaço e preencher, preferi continuar com os sentimentos que duram apenas uma noite, e no outro dia, estou livre de qualquer ressentimento. Mas já não é confortante olhar e não encontrar história, não ter motivos para dar sorrisos involuntários, não há felicidade, apenas um aeroporto que está fechado para novos voos e sempre aberto para decolagens e agora choro pelo que escolhi, não ser dona de um coração de partido. E hoje sou, dona de um coração vazio, que bate em ritmo igual, sem acelerar ou regressar apenas a mesma solidão.

Queria ser acolhida na imensidão, onde há um local amontoado de sentimentos, nada de vazios e cantos escuros. Só luz e preenchimento. O mundo está me pedindo pra ir lá e me arriscar, há chances de sair ferida, mas está na hora de deixar de ter medo e entregar. Ou acabarei  gritando e escutando eco, me mostrando que estou só por essas voltas conturbadas. E que solidão, faz mal há alma.

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