quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Mais um de amor.

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Então eu abri os olhos e não eram os seus castanhos claros me encarando, apertei minhas mãos descobri que não eram as suas que as seguravam, senti um perfume que não era o seu, antes de fechar os olhos imaginei que era você só pra tentar me entregar, queria que fosse teus braços me trazendo pra perto do teu corpo e me fazendo perder o equilíbrio, mas não era e tinha que me acostumar com isso, tinha que abrir os olhos e encarar a realidade, tinha que me acostumar a sentir outros gostos pra vê se então começaria a cumprir o que me pediu não gostar de você, mas só pensava na ultima vez que nos vimos os últimos beijos que demos e os olhares que trocamos, eu estava entendendo que poderia passar por outros aconchegos e escutar outras promessas, mas ainda assim no final do dia iria atrás da mesma pessoa de sempre, dar um jeito de mostrar que estou aqui, passar por cima do orgulho sem saber se você vale a pena, por que sabemos que lá no fundo não vale. 

Sorri pra demonstrar que estava gostando, mas você saberia que aquilo não era o meu sorriso, saberia que ensaio ele na frente do espelho já que odeio ser rude com as pessoas, me afastei ainda mais e olhei a pessoa na minha frente, não tinha seu cabelo quase na maquina um que combina com tuas grossas sobrancelhas, que complementam seu nariz delicado e sua boca macia dando o final perfeito, não era sua cara de interrogação me encarando, não era aquelas suas blusas com estampas de bandas de rock que nem ao menos conheço uma música, queria correr pra tua porta, e me jogar em você, pedir baixinho pra cuidar, pra perdoar, e a cada segundo me sinto menos tua, me sinto perdendo e nem ao menos sei se realmente possuía. Troco algumas palavras com a pessoa em minha frente, a música que está tocando, mas ela não conhece sua banda favorita, faço uma piada e ela não entende, compreendo que só você entende minhas piadas, uso um pouco da minha ironia, ele muda de assunto, e eu pergunto se ele gosta de coisas japonesas, me olha com uma cara confusa, e não entende o porquê da pergunta, desconverso e solto minha risada escandalosa, ele sorri e diz que gosta dela, e isso está errado era pra ele zombar dela até eu fazer bico e depois me beijar de surpresa, mas ele não é você, e não importam quantas pessoas eu conheça essa noite, quantas tentem me impressionar, nenhuma me ganha fácil como você. Virei uma dependente dessas tuas cantadas de quinta, desse teu jeito de me levar no olhar, você me bagunça, me desarruma, me desajeita e me dá jeito.

Todo mundo começou a dançar e eu resolvi levar a tal pessoa, mas ele não sabia acompanhar meus passos e não fazia nossas danças cômicas, não ria dos pisões nos pés não tinha o seu jeito engraçado, e as piadas eram melhores que a sua, mas não havia aquela sua gargalhada espontânea no fim, procurei você em cada gesto, mas não vale me enganar e enganar outro alguém só por que somos complicados demais pra dar certo. Dei uma desculpa, disse que bebi demais, eu que não ponho um gole de álcool na boca, me afastei e sentei, me preocupei se aonde quer que estivesse estava bebendo, se está usando seu óculos ou está com aquele casaco da primeira vez que nos vimos. As coisas estavam girando, a música parecia aterrorizante, e as luzes me confundiam, eu queria ele, queria que me abrace e me tirasse dali, não era o local que estava estranho ou fora do contexto, era meu corpo, e ouso dizer que meu coração querendo por finalmente tudo pra fora, o gostar, o amar, os quatro meses carregando algo que não tem nome. Queria mesmo era gritar na frente dele, perguntar oque temos e somos, sem duvidas, elas estão acabando comigo, acho que entendi que guardar faz mal, que é necessário se entregar.

Cá estou eu em uma noite de sábado, como todas as outras que já fui, amigos, bebida, risos e histórias para serem escritas, mas tudo parece vazio, me sinto rasa, incompleta longe da tua respiração quente batendo em meu pescoço, das tuas mãos grandes, deixei uma parte minha contigo, pensei que fosse fácil resgatar, mas não é. Queria que entrasse por aquela porta e me agarrasse, tirasse essa dor e tudo mais aqui dentro. Me sinto perdida, e fraca por depender de  alguém pra ser feliz, ou completamente. Mas não daria certo, sabemos disso, você é confuso e deixa bem claro que não presta, mas logo depois me prende a você, talvez por que gosta de me ter sempre ali, ou algo em mim te faz bem e as vezes queria pedir pra me deixar ir, mas outras esqueço das lagrimas que me fará derramar e dos textos que me fará escrever e pulo de cabeça nessa tua confusão, nas tuas virgulas e vida conturbada, na sua falta de planejamento, no seu futuro nublado. E não adianta tentar afastar como hoje, por que me sinto culpada de tocar outros lábios e de sentir outros carinhos, meu corpo se entregou a você, meu coração se pôs na sua mão, vai usa, machuca, faz o que quer. Eu sou sua, mesmo que eu negue, que tente preencher teu vazio com outros, eu sou sua desde aquela sexta-feira de julho, cada parte minha.

É uma festa e eu preciso fazer valer a pena, então rio lembrando do teu sorriso, danço fazendo nossas coreografias, faço piadas lembrando das nossas, escuto segredos de pessoas alteradas imaginando como seria conta-los para você, nada está bem, ainda sinto o peito afagar e pesar, sinto a saudade sufocar e minhas rimas não estão lá das melhores, rejeitei outros e me prometi fiel a você, mesmo que nada me dê certeza de que fiel a mim, me conheço, quando me dou de corpo e alma tem que ser verdadeiro, sem meias respostas e perguntas no ar. Quase 01h00 da manhã e ainda espero que apareça nesta festa, me puxe e me faça esquecer os receios, depois que apareceu por aqui ando confiante e sonhadora até o último segundo. Opa, é a nossa música que está tocando talvez seja o destino me mostrando que é pra ser, ou só o DJ me pregando uma peça.

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